Nas palavras de seu criador, o ambientalista e mestre em Botânica pela USP Ricardo Cardim, a Floresta de Bolso é “uma técnica mais natural de restauração da Mata Atlântica baseada na sua dinâmica competitiva-cooperativa”. Nessa técnica, já em uso, a composição e o espaçamento da restauração procuram respeitar ao máximo a evolução original das florestas. Isso, segundo Cardim, proporciona um crescimento mais rápido da vegetação, menor índice de perdas, redução do consumo de água e menos manutenção.
Adaptada à escala urbana, a Floresta de Bolso pode ser implantada em espaços pequenos, a partir de 15 metros quadrados. A técnica também pode ser utilizada em grandes áreas, como projetos de restauração florestal em zonas rurais. Entre os seus principais objetivos, está o resgate da biodiversidade original no cotidiano, urbano ou não. A Floresta de Bolso visa reconectar a população ao patrimônio natural nativo.
As Florestas de Bolso são implantadas por meio de encomenda de clientes que pagam pelos projetos ou, então, em áreas públicas em esquema de mutirão, com a ajuda de voluntários. Elas são um ecossistema autossuficiente, de baixa manutenção e que podem resistir por muitos anos. As plantas são selecionadas por sua rusticidade e por serem espécies pioneiras, ou seja, aquelas que surgem em primeiro lugar na formação de uma mata. Essas plantas têm o potencial de oferecer mais sombra e umidade, o que ajuda na restauração do solo e possibilita o surgimento e desenvolvimento de espécies mais nobres. Em sistemas de reflorestamento tradicionais, uma árvore é plantada a cada seis metros quadrados. Na Floresta de Bolso, essa densidade aumenta para uma árvore por metro quadrado. Segundo Cardim, esse sistema aumenta a eficiência no desenvolvimento da vegetação.
Alguns endereços de Florestas de Bolso implantadas em áreas públicas:
- Bosque da Batata – Largo de Pinheiros
- Ponte Cidade Jardim – Av. Cidade Jardim
- Canteiro central da av. Brasil, na altura do no 1.825
- Parque da Juventude – Av. Cruzeiro do Sul, 2.630
- Parque Belém – Av. Celso Garcia, 2.593, Belenzinho
- Parque Cândido Portinari – Av. Queiroz Filho, 1.365
- Praça Soichiro Honda – Vila Mariana
- Av. Hélio Pelegrino com rua Clodomiro Amazonas
- Av. Luis Inácio de Anhaia Melo com a rua Inhamus
- Av. Vereador Abel Ferreira, altura do no 586
É uma técnica que visa resgatar as florestas nativas dentro da escala urbana
